Pequeno Donald – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Pequeno Donald sempre foi temperamental, mimado, cheio de vontades. Aos três anos, cismou de botar fogo em Roma, só de farra. Mas foi dissuadido da ideia quando soube que outro louco já tinha feito isso, há muito tempo. Aos oito anos, Pequeno Donald entrou numa de invadir a Polônia. Outra vez apareceu um estraga-prazeres a dizer que aquilo também já tinha sido realizado pelas mãos de outro louco, o que deu na segunda guerra mundial. Claro que Pequeno Donald se vingou das duas pessoas que o alertaram sobre a impossibilidade de consumar seus propósitos. Criou uma pena de morte particular e acabou com a carreira daquelas pessoas. Pequeno Donald não queria conselheiros que o desaconselhassem a realizar suas atrocidades.

Pequeno Donald sempre foi topetudo. Ainda moleque e já abusado. Aos 14 anos, submetia os empregados de seu pai magnata a todo tipo de humilhação, espancava seu melhor amigo por achar o garoto educado demais e castigava duramente sua primeira namorada sempre que esta se recusava a beijar aquele sapo metido a príncipe. Aos 20 anos, no auge de sua maturidade intelectual, ele se transformou nisso que vemos hoje, mas vou continuar a chamá-lo de Pequeno Donald porque aqui no meu texto quem manda sou eu.

Pequeno Donald fez pós-graduação em estupidez e virou especialista em fazer/falar merda. Esse currículo o levou a imaginar que poderia começar sua carreira política já pelo topo, ele que nunca foi candidato a qualquer cargo público.

Não deu outra. Falando bobagem por cima de bobagem, ofendendo quem encontrasse pela frente, fazendo galhofa de seus adversários e mesmo de seus aliados, Pequeno Donald foi agraciado com o trono do império. O novo ocupante da Casa Branca está disposto a infernizar a vida de mulheres, homossexuais, negros, islâmicos, hispânicos, imigrantes…

Pequeno Donald, o homem menos iluminado e mais poderoso do pedaço, comandante-em-chefe da maior máquina de guerra da atualidade, dono de um estilo debochado e autoritário, pretende dar vários passos para trás na questão dos direitos humanos e já começa seu mandato construindo um muro para isolar o vizinho, impondo a este o pagamento pela construção.

Ainda veremos muitos descalabros dessa figura nefasta no decorrer do período. Por enquanto, vamos torcer para que o nosso combalido planeta suporte essa barra. Já passamos por muitos sinais do apocalipse e podemos alimentar a esperança de que Pequeno Donald fique logo enjoado do brinquedo novo e deixe o mundo em paz.

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