POEma ao lAÇO – Fernando Canto
ão, não quero falar de gente
Em meu intento oculto
Pois o poema abre-se lento
E impoluto
À luz de vela
Em seu percurso
Traz palavras que se fecham
Em seus recursos
É manhã, cães de plumas
Voam, escalartes
E um claro signo de livra
Dos grilhões da noite
Meu poema é rocha sobre a carne
Não consiste em cúmulos ou nimbos
É mortal, tem lama, luz e flama
– Firma-se na própria ausência –
E como tal
Alimenta-se de vidro
E está preso apenas
Ao laço prata da memória.
Fernando Canto