POEma ao lAÇO – Fernando Canto

r_peixe_1984_detalhe
Tela de R. Peixe/1984 – Acervo de Fernando Canto

POEma ao lAÇO – Fernando Canto

ão, não quero falar de gente
Em meu intento oculto
Pois o poema abre-se lento
E impoluto
À luz de vela

Em seu percurso
Traz palavras que se fecham
Em seus recursos

É manhã, cães de plumas
Voam, escalartes
E um claro signo de livra
Dos grilhões da noite

Meu poema é rocha sobre a carne
Não consiste em cúmulos ou nimbos
É mortal, tem lama, luz e flama
– Firma-se na própria ausência –

E como tal
Alimenta-se de vidro
E está preso apenas
Ao laço prata da memória.

Fernando Canto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *