Poema de agora: A greve dos motores assalariados – @juliomiragaia

A greve dos motores assalariados

A cidade para
Se os motores dormem
E os motores dormem
Se a jornada é podre
E se a jornada é podre
E o salário é pouco
A cidade para
E o trabalho quebra
Se o salário é rouco
E se a jornada aperta
O transporte greva
E o transporte é caro
E a lotação aperta
E o motor abafa
A chuva que não molha
O salário some
No transporte-merda
No lucro luso-podre
Na mais-valia aberta

Júlio Miragaia

*Poema do livro “O estrangeiro de pedras e ventos”, sobre a greve dos rodoviários de Ananindeua Marituba, em 2011.

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