Amor em tempos de Corona
As mãos que enlaçam
São as mesmas que remam
Vento contra ou a favor
Amor é isso: troca voluntária de afeto
Tempo bom ou ruim, auxílio certo.
Mãos que levantam e ajudam
Pois chegou o tempo do absurdo
A realista visão surreal dos filmes de ficção
Terror mundial, vírus, o dia a dia: Alucinação.
…E o pulso, já disse o poeta, ainda pulsa…
Ainda é de fogo, no peito, o calor da emoção
É preciso coragem para suportar o verso
Pois amor não é substantivo:
É verbo pleno, livre, em ação.
É tempo em que amar é estar longe
Sofrer de lonjura…e lutar para um dia rever
Pois, o sonho de ontem ainda alcança, aquece
E aquele botão ainda quer florescer.
Por isso, que a minha mão guarde lembrança
Das mãos, dos beijos e dos laços
E que cada gesto meu seja para proteger
Quem quero que caiba – – ainda que na próxima estação-
Bem dentro de um forte abraço.
Jaci Rocha