Poema de agora: AS AS – Ori Fonseca #ForaBolsonaro

AS AS

o amor que sinto não carece de primícias
nem de abrir malas pelas aduanas
nem sofrer calor à luz dos dias
o meu amor vem de heluanas
lias
de patrícias
de gente da arte-gente
rosa rente
gente da poesia
da delicia
da semana
em que patrícia
borda o dia a dia
de lua, de lulih, de lia
e heluana
num dia
de quinta
de todas as quintas
de aliane quintas
heluana quintas
andando nas frentes
acordando o dia
quando o sol raia
com suas rosas rentes
ao feito da paz
ao peito de maria
ao peito perfeito de mary paes
ao peito de soraia
ao peito de rebecca, de rebecca
minha fantasia
minha biblioteca
em que sempre li
li, li, lili
em que sempre lia
a poesia, a prosa
no barco de rosa
na ilha de lia
lia, minha lia,
a vida fictíciia
de tanta fabrícia
orquestrando este mundo
com o coração
o mundo, mundo, vago mundo
se eu me chamasse raimundo
seria uma rima, não uma decepção

Ori Fonseca

 


*Poema escrito às 2h26min do dia 15.07.21, uma quinta-feira. Mais do que uma homenagem a algumas das mulheres lindas que eu conheço, é uma declaração de amor e um pedido de desculpas por tudo o que as mulheres vêm sofrendo em um mundo afundado em lixo machista. Nesta semana, minha amiga Heluana Quintas foi alvo de uma agressão nojenta porque cometeu o terrível pecado de ter opinião e a expor. Saiu da pequenez do agressor mais gigante do que já era.

 

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