As paisagens no sonho do pássaro-pretérito
Um terçado puro e
De faro claro,
A cortar olhos e peles
Das noites de ventos escuros
Amnésica canção
A dormir nas asas do coqueiro
Entre o silêncio
E a solidão
Do quintal
Um farol de velhas borboletas
Empoeiradas,
Senhoras-visagens
Com vestidos aromatizados de cebolas
E alhos
E tu, nas margens
E no centro
Dos versos e dos berros
Deste pássaro-pretérito
Entre cirandas e restos de vinho
Júlio Miragaia