Poema de agora: ASFIXIA – Ori Fonseca

Ilustração: Asfixia, de Javier Palacios, 2013.

ASFIXIA

Muito raro é o efeito de respirar,
Muito rarefeito é o ar por que clamo.
E a sensação de morte como chamo?
Como se chama este morrer sem ar?
Esta ação sufocada de esperar
Toda a sufocação cumprir seu plano
Pelas sangrentas mãos de algum tirano:
Estação de partida a me chamar.
Sinto à tortura a vida se esvaindo
Sinto a dor dura de minha agonia,
O calafrio do horror que pressagia
Cada molécula de ar sumindo,
Cada átomo de vida me fugindo
Na dor silente e atroz da asfixia.

Ori Fonseca

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