Poema de agora: Carrascas Carcaças – (@cantigadeninar)

Carrascas Carcaças

os corpos jogados ao chão
pedem por paz
paz que, no fundo,
sequer desejam

repetido falatório
criticam
digitam
[na cadeira do escritório
que os movimentos
não se movimentam
e quando os movimentos
se movimentam
chamam todos de vagabundos

verdadeiro banquete:
os sábios da internet

ironizam as flores
no campo de batalha
nas carabinas
abraços nos militares
xingam de vândalos
os que revidam
os que quebram ônibus
e altares

os corpos não desejam a paz
que pedem
querem
num zás
a solução
nunca apoiaram a revolução
tampouco o fim da corrupção
conformam-se em cumprir agenda
e reclamar
na sala de estar
sem sair do lugar
enquanto sonegam o imposto de renda.

Lara Utzig

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