Colagem
Com certeza ela amarrou o cão com seus cabelos.
Pois ele espalha seu cheiro até nas pegadas que deixa pela areia.
Com um balde de cor neutra carrego água do mar
E tento por nas minhas veias para tingir-me de azul.
Eu tenho sobre a cabeça o amarelo do Sol,
meu cão finge que não vê, e morde a minha sombra para sacudir o passado que eu carrego impregnado nela.
Atiro minha chinela cheia de passos para o Oeste,
para o Sul espalho minhas cicatrizes,
para mim guardo as mãos para um adeus e a água do mar que espalhei na alma.
A ela… deixo o cão.
O cão na late.
Optou por escrever Canções com uivos e rosnados.
Escolheu correr sem destino pelas ruas dando voltas ao redor de si mesmo.
Será que é isso, que faço
a vida inteira, e não sei ?
Luiz Jorge Ferreira
*Osasco (SP) – São Paulo – 13.05.2021.
2 Comentários para "Poema de agora: Colagem – Luiz Jorge Ferreira"
Beleza essa colagem que nos cola e nos cala
E nos enche de alegria em ficar colado nela
Parabéns meu poeta LUIZ JORGE
Manoel santana câmara alves
Nada a comentar…o poeta Manoel Santana Câmara Alves…
O fez.