Poema de agora: CRISÂNTEMOS PETRIFICADOS – MARVEN JUNIUS FRANKLIN (Para Simon Wiesenthal)

Imagem: Wilhelm Brasse.

CRISÂNTEMOS PETRIFICADOS – MARVEN JUNIUS FRANKLIN (Para Simon Wiesenthal)

A sordidez traz, acondicionada em crisântemos petrificados, as sombrias e enfermiças recordações – abutres arriando belicosos e dilacerantes o pátio gélido do campo de Auschwitz-Birkenau.

(em suas insanas presenças, há dolentes episódios de temor e martírios, levadas a cabo por modos tenebrosos e ignóbeis. Vós afiançastes a agonia, gerando arranhaduras de medo em paredes de eficientes câmeras de gás).

Ó, abutres de Auschwitz-Birkenau! Fostes o mau e o escarnecimento, a alastrar-se em dias de nuvens cinza e tenebrosas sobre o campo de exterminação. Donos da razão que destroçaram corpos famélicos do povo cigano e judeu, expostos em covas rasas – em filmes para a eternidade.

Ó, abutres de Auschwitz-Birkenau! Seus berros petulantes embocam a alma da criatura troçada – brado insensível que tremula anos depois nas reminiscências dos sobreviventes. Alvitres coalhados de lamúrias e de avarias irreparáveis, trazidas no corpo , por marcas de repreensões e mortificações desumanas.

Demônios da morte! Seus corpos – negro-lustrosos – ainda me contemplam do telhado cinza, sobre a calma que impera no crepúsculo frio – instante que disferes o chute bélico na face da incrédula humanidade.

MARVEN JUNIUS FRANKLIN

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