Cuidando da chuva sob a mesa
Ela diz que é gente.
Eu a belisco com minhas unhas sujas de piche…
Ela me diz que é Vênus.
Eu arranco uma tatuagem tribal do seu tornozelo esquerdo.
Esfrego sabão em seus olhos verdes.
E faço silêncio quando ela respira.
De manhã eu decoro a casa com mensagens, algumas coisas ouvidas no Colégio, outras lidas no Facebook.
As vírgulas, retiro de uma música de propaganda da Panair.
E os vestidos que dependuro na janela, e lhe mostro, recorto de uma antiga Revista Vogue, Pierre Cardin e Clodovil.
Os cães de louça olham-me, hostis.
Eu os acaricio com os adedos molhados de Anil.
Às 15:45… é hora do lanche.
Eu como você, e você me come.
Luiz Jorge Ferreira