Poema de agora: Da sacada – Pat Andrade

Da sacada

enquanto o mundo desaba
minha poesia me carrega
num voo cego longo e pleno
por céus sedutores e desconhecidos

avisto telhados
e confundo a cor do mar
no sal me banho
e quero gritar o amor
que me habita

quando a noite cai
a embriaguez espalha caixas vazias
por alamedas sombrias
e ruas antigas

meus sentimentos
sobem e descem ladeiras
posso ouvir ainda
os ecos de literatura e boemia
que o vento traz

da sacada vejo Vênus
anunciando
o que vai se chamar saudade

Pat Andrade

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