Poema de agora: Das coisas que eu vim fazer aqui – Jaci Rocha

Das coisas que eu vim fazer aqui

A gente está aqui para aprender a voar no fim de tarde
Barcos de papel marché em busca do horizonte
Ao sabor de um ardente sol…

E sabemos tão pouco
Do tanto, do gesto
Do multiverso que abriga cada um…

A gente está aqui, sem dublê
E tudo é movimento, vida, ação
E a alma se bate toda no imenso labirinto
enquanto quixoteia moinhos de vento…

Parece que a gente devia ter vindo
Com manual de instruções
Quiçá, bula de contra-indicações
Com tarja de aviso: “Advertência: risco de dano severo às emoções”

E no reverso, a gente se faz de grande navegador
E descobre um mundo novo a cada abrir de olhos
E corre a vida só para não cair na apatia
De ir com a maré…

A gente veio ao mundo
Desinventar de ter medo
E aprender com a aerodinâmica sutil da borboleta!

E no meio do caminho, a gente prova-vida:
Manga, suor, sorvete: Existir é um banquete
Cada um se serve como pode.

A gente veio ao mundo se espantar
Cair de amores pelo pôr do sol!
Encher os olhos d´agua de ler um Pessoa
Vibrar numa matriz particular (Ou simplesmente mergulhar n´uma lagoa)

Só não vale não se apaixonar
Não experimentar, não mover com força o próprio coração
Não se encantar, não arriscar, não se vestir de luz e cor
Só não vale não ser , falar,sentir, doar…

AMOR!

Jaci Rocha

*Publicado no blog “A Lua não dorme”. 

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