DE NADA
Hão de passar os dias de tuas dores,
Os de alegria hão de passar também.
O barco que vai é o mesmo que vem,
Dias de sabores e dissabores.
Hão de acabar teus dias de tremores,
Os teus de paz hão de perder-se além
Do espaço-tempo onde não há ninguém,
Nem alma, brisa, sonho, amor… amores.
Prepara-te, que a vida é apressada,
Estabanada, move-se em tropel
E com desenvoltura de manada.
E não importa o forro em teu chapéu,
Tuas orações não valerão de nada:
Anjo nenhum vai receber-te ao Céu.
Ori Fonseca