Poema de agora: DE NADA – Ori Fonseca

DE NADA

Hão de passar os dias de tuas dores,
Os de alegria hão de passar também.
O barco que vai é o mesmo que vem,
Dias de sabores e dissabores.

Hão de acabar teus dias de tremores,
Os teus de paz hão de perder-se além
Do espaço-tempo onde não há ninguém,
Nem alma, brisa, sonho, amor… amores.

Prepara-te, que a vida é apressada,
Estabanada, move-se em tropel
E com desenvoltura de manada.

E não importa o forro em teu chapéu,
Tuas orações não valerão de nada:
Anjo nenhum vai receber-te ao Céu.

Ori Fonseca

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *