DEIXA
deixa que eu
me embriague de poesia
que eu me atire
nos braços da musa
deixa que eu adormeça
esquecido do mundo
que não veja o fracasso
chegando aos tropeços
deixa que eu carregue
o peso da pena
sem a dor do esquecimento
sem a sina da mediocridade
deixa que o poema
me invada, me alimente e me fecunde
sem que eu me farte de empáfia
e me acomode na estante
deixa que o verso viva em mim
e que de mim parta
para inundar outros olhos
para habitar outros corpos
para encontrar novos portos
agora deixa…
PAT ANDRADE