Poema de agora: DELIRIUM – Pat Andrade

DELIRIUM

os vapores noturnos
turvam meu olho direito
e assim, meio cega,
percorro a trilha
da solidão desesperada
em ruas, becos, calçadas

tateio corpos abjetos
de putas tristes e encantadas
desvendo esquinas
vilas, pontes e quartos sem janelas
apalpo sonhos desfeitos
traduzo desejos de homens alados
bolino a intimidade da madrugada

no fim de tudo,
resta apenas uma página
repleta de sentimentos falsos

[abandonada numa cama vazia
e enluarada]

PAT ANDRADE

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