Poema de agora: FANZINE (para o Bar du Pedro) – Obdias Araújo

FANZINE (para o Bar du Pedro)

Cadê o poema daqui de cima da mesa?
Alguém viu a folha de papel almaço
amassada debaixo do copo de azeitona?

O Luca Nery foi pegar minha terceira Malzebier
e eu virei de lado a conversar com meu irmão
Isaac Uchôa sobre paralaxe diafragma e obturador.

Quando virei de volta quedê a poesia que falava
tudo o que eu nunca falei quando quis falar
das coisas caladas na premência do gritar…

Você tinha que ver!
Alguém deve ter visto
o meu poema!

O Pedro Mafra talvez
entre a picanha e o coxão duro
tenha visto meu poema
flanando na brisa
e subindo subindo
rio mar abaixo.

Se você encontrar
o meu poema
não o quero de volta.

Que voe livre
que o verbo
é liberal.

Obdias Araújo

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