Poema de agora: Fatalidades – Pat Andrade

Fatalidades

o barco encalha
no lixo flutuante
o peixe no prato
é um resto de ontem

a canoa virou
numa lançante
um corpo boiou
debaixo da ponte

a vida mais ou menos
segue adiante
o olho da lavadeira
vagueia no horizonte

o suor da cidade escorre
na maré vazante
a noite pinta a lua no céu
ilumina o próprio Caronte

Pat Andrade

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