Poema de agora: IN EXTREMIS – Ori Fonseca

Ilustração: The Hour of the Death, de Alfred Kubin – 1900.

IN EXTREMIS

Sozinho na rua escura e sem fé,
Alucinado em busca de respostas,
Vês que perdeste todas as apostas,
É quando sentes o estrepe no pé.
E vês que tua quimera decomposta
Não poderá te socorrer sequer;
Quando arrastado ao gosto da maré,
Sentires o chicote em tuas costas.
Sentes que a vida agora te molesta,
E a dor que já fingiste agora é tanta,
Que já te cobre todo feito manta.
É quando sentes o cano na testa.
Queres parar o tempo, ele contesta,
E sentes a navalha na garganta.

Ori Fonseca

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *