Poema de agora: LIBERTAÇÃO – Carlos Nilson Costa

LIBERTAÇÃO

No instante supremo,
no minuto único,
desses que só no momento de existir,
atingem o presente,
digo que estou pronto:
Aliás , espero assim desde o início,
sem ao menos saber o que é o início!

Espero,
disso eu tenho certeza!
Eu até nasci esperando,
em uma sucessão terrível de auroras.

Faz muito estou pronto:
para deixar livre a prostituta cheia de complexos,
desnecessários e impróprios,
mas que machucam,
-e isso me faz melhor!

Estou pronto
a vomitar a verdade,
mesmo que para salvar ladrões,
viciados,
necessitados,
vendidos
mas todos vivos
-e com muita honra!

A salvar os loucos,
os gênios
de grandeza,
os dos hospícios.
Estou pronto!

Diga a todos
estou aqui, irmãos!
Quantos outros não teremos,
bêbedos,
lúcidos.
Nossos irmãos sim,
e não reparas isso?

Tu louco
eu também, nós
devemos socorrer
mesmo os que não existem
e os que ainda vão nascer.
Ajudar a todos
voando como poeira cósmica,


sem normas
a formar uma grande roda,
e ver, no meio dela dançar,
na agonia da morte,
a convenção.

Carlos Nilson Costa

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