NOITE MÍTICA
Num tempo de luar estranho
(Nas noites e nos dias)
Rebrilhava um lusco-fusco
Próprio ao nascimento de entidades.
Um raro oxigênio sufocava
O respirar da noite,
Um leve farfalhar de folhas/centopeias
Acusava o arrastar
Do iguana
E a flecha-língua dos lagartos/salamandras.
O ronco de bugios em sinfonia
Feria de muito o pacto acordado
Para o silêncio das aranhas
(Caladas construtoras de armadilhas).
Aves voavam na floresta
Ávidas por mutações
E à tona d’água peixes eram homens
Que contavam suas histórias
De um passado glorioso.
Fernando Canto
1 Comentário para "Poema de agora: NOITE MÍTICA – Fernando Canto"
Poema … aguçando os sentidos… cutucando o além…na essência do ficcional.
Beleza…