noites e borboletas
I
brota livre,
brada e desencontrada,
da costura atômica
do teu vestido de nu,
o amorto corpo
de velha larva torta.
foge do pano,
prisão dos teus seios,
pra dentro
da pele
que não se peleja.
II
onde nós
nos beijamos
bêbados,
oxítonos
e bélicos
nas últimas horas;
onde os pingos
da lua
reverberam
em tua fruta
de pele madura;
III
morna
maré de
metamorfoses,
entre
minha boca
e teus rios.
IV
brota pela chuva
amorta e brada
essa velha larva torta,
costurada no teu voo
de vestido nu;
correm atômicas as ruas vazias e as consequências do corpo;
onde os pingos
da rua
maduram
em tua reverbera
fruta-maré;
minha boca
entre rios
e metamorfoses.
V
foge do pano,
prisão dos teus seios,
pra dentro
da pele
que não se peleja.
Júlio Miragáia