Poema de agora: Para minha irmã – Marven Junius Franklin

Noell Oszvald Pássaro Surreal

(Para minha irmã)
quando enfants
eu e Adriana F cantávamos canções para uma Barcelona improvável
(melodia de tal ornitóptero curucuru de coloração surreal que não adejava jamais)
andávamos aleatoriamente Girona, Lleida e Arragona em chão catalão
talvez Dona i Ocell de Miró e não tínhamos percebido!
ah! Adriana F
o tempo em nosso mundo não corria
e entre missas e tardes provincianas na velha Santarém
nos tornamos cúmplices em coleções e álbuns de ilustrações policromadas
(iludíamo-nos com presépios formosos ofertados pelas freiras americanas!)
querida irmã!
és parte integrante de minhas lembranças vastas
e hoje [se sou poesia]
é porque naquelas tardes tépidas
os girassóis foram nossos amigos
à clarear canteiros de solidão
defronte da Maternidade Sagrada Família

Marven Junius Franklin

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