Poema de agora: PERIFÉRICA – Fernando Canto

PERIFÉRICA

o homem extenua-se contrito
sem deixar a pista do seu grito

o homem come a merda que defeca
e aos prantos não retém a dor que o seca

o homem não decifra o que devora
não fixa e nem solta a cor da hora

o homem alimenta-se de vento
e constrói casas pelo firmamento

o homem estende a mão a quem lhe expulsa
no estigma da vida e sua conduta

o homem o homem o homem
o homem é o latifúndio de sua fome

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