PERIFÉRICA
o homem extenua-se contrito
sem deixar a pista do seu grito
o homem come a merda que defeca
e aos prantos não retém a dor que o seca
o homem não decifra o que devora
não fixa e nem solta a cor da hora
o homem alimenta-se de vento
e constrói casas pelo firmamento
o homem estende a mão a quem lhe expulsa
no estigma da vida e sua conduta
o homem o homem o homem
o homem é o latifúndio de sua fome