poeminha irrequieto
estendi minha poesia na janela
pra ver se aquecia o coração
mas não veio nem sol, nem calor…
ansiei desesperadamente pela chuva
para ver se refrescava a alma
mas não veio água, nem nuvem…
chateada, guardei a poesia na gaveta
pra ver se ela esquecia do que há de ruim.
mas é tão irrequieta que se livrou de lá
e voltou correndo pra dentro do peito
e não para de me cutucar
mas diz que não sai, de jeito nenhum…
vou esperar que fique mansa,
que se acomode…
quando estiver distraída,
agarro-a pelo primeiro verso
e boto pra fora,
até a última rima
Pat Andrade
1 Comentário para "Poema de agora: poeminha irrequieto – Pat Andrade"
Exuberante!