Poesia Tempo II
O tempo escorre
pelas artérias
como um rio
a percorrer as urbes da
memória
d. louca
passa por aqui
espargindo flores
aos transeuntes
velho fredolino
contempla
os cidadãos de bem
que correm em direção
ao mercado municipal
com suas sacolinhas
de presunção.
(…) o tempo
desmonta as barracas
de maça doce de minha
infância
minha mãe
– agora – coleciona
solidão em seu alpendre
de brisa
[eu]
passo as horas
coligindo
lepidópteros
em cidades de silêncio
(aguardando sereias
de mármore em pontilhões
fantasmagóricos).
Marven Junius Franklin