Poeta ensimesmada
Escrevo como poeta
Advogo como poeta
Ouço as pessoas como poeta
Eu me comovo em demasia…
E por isso, me movo
Eu me desloco no espaço
Só para a vida não me estatizar…
Sou minha, mas sou de quem amo
Não reclamo, porém clamo
Peço muito mais ao tempo, todos os dias
E corro para alcançar.
Mas eu sou lenta, porque sou pessoa
E sou frágil, porque sou pessoa
Sou poeta, quase envergonhada
De sentir tão demasiadamente…
Por vezes, estou no mundo da lua
N´uma matrix particular
Não é falta de tato, nem mesmo de gesto
É um jeito desconexo de não entregar
Minha fé, minha palavra, meu gesto
As minhas crenças e transgressões
É tudo, enfim, tão particular!
Por isso, eu comovo
Que é pra vida não me estatizar.
Jaci Rocha