PRAÇA ANTIGA
Velha praça, velha praça
Tenho saudade de ti.
Não da bonita que estás
Mas da que eu conheci;
A praça do tio Joãozinho
E do seu Naftali.
O primeiro era Picanço
E o segundo Bermegui.
A praça do João Arthur,
Também a praça do Abraão
A praça que foi outrora
Da cidade o coração.
A praça que se jogava
Todo o dia o futebol,
Esporte que só findava
Quando já dormia o sol.
Parece que isso foi ontem,
Mas tanto tempo passou.
O que deixou de existir,
Minha saudade gravou.
Vejo a barraca da Santa,
Vejo ali o ABC.
Há muito já não existem,
Mas minha saudade os vê.
Da igreja o velho coreto
Eu avisto, neste ensejo.
Do mestre Oscar vejo a banda
E lá na banda eu me vejo.
Eu considero um castigo
Não apagar da lembrança
O que me foi alegria
E agora é desesperança.
Velha praça, velha praça,
Renovastes e linda estás.
Não tens, porém, a poesia
Do que ficou para trás.
ARTHUR NERY MARINHO
(*)ARTHUR NERY MARINHO Nasceu em Chaves, norte da Ilha do Marajó-PA, a 27 de setembro de 1923. Foi diretor da Imprensa Oficial do Território e do jornal “Amapá”. Escreveu em vários jornais e revistas que circulam na Amazônia. Figura na antologia “Modernos Poetas do Amapá” e nas enciclopédias “Brasil e Brasileiros de Hoje” e “Grande Enciclopédia da Amazônia”.
(**) Extraído do Suplemento Cultural “Tipiti”/Diário Oficial do Estado do Amapá – Setembro de 1991 – Ano I, Nº I.
(***) Contribuição de Fernando Canto.
1 Comentário para "Poema de agora: PRAÇA ANTIGA – ARTHUR NERY MARINHO (*)"
Louvável… Fernando e Elton…avivarem estes Escritores pioneiros do Amapá…este poema joga com a saudade, e a memória…para nós fazer aguçar um sentimento especial, de volta ao Ontem.