Procissão MMXX
N’aurora
Do silêncio
Badalam sinos
Marginais
Ardem
Flores
Febre em
Leitos
De Marias e
Madames
Ar de a chama
No tronco do ipê
Da sapucaia
Da castanheira
Frutíferas
Arde
O couro da fera
Do manso
Tamanduá
Arde o chifre
O lombo
Em senzalas
Dessa casa
De grandezas inúteis
Veneno cruel
É o fogo
Na maçã da fé
N’aurora de tolos
Ar de fé
Caminha o fogo
Da Sé
Espalha leigos
Satanases
Exclusão
Migalhas de orações
Cretinos de joelhos duros
Em ceias fartas
Crentes de vinténs
Ar de o fogo
Ar de fé
Vira cinza
A aurora de crendices
Esperanças
Choradeiras
Do fogo
Na garganta
O manto
Da cobra
Em teu olfato
Leigos Noratos, Plácidos
O clero fátuo
Jorge Herberth
1 Comentário para "Poema de agora: Procissão MMXX – Jorge Herberth"
Parabéns, o poeta se re-revelando.