Poema de agora: Rainha, mãe e flor (Thiago Soeiro)

Rainha, mãe e flor

Minha mãe nunca viu o mar, mas cabe em seus olhos a experiência de quem viveu toda a fúria de uma vida sofrida. Suas mãos calejadas guardam história que hoje parecem borrões se apagando ao vento. Seus olhos negros guardam uma ternura tão doce que me emocionam. Poucas pessoas no mundo sabem devolver para a vida sempre o melhor de tudo, para ela o copo sempre está meio cheio, e se hoje foi difícil, amanhã será melhor. Toda essa fé de mulher brasileira, negra, nordestina e sonhadora, ela carrega a vida, sempre nos ensinando a ser fortes. Teve seis filhos com muito amor, e para quem passou parte da vida sozinha uma família grande é realização.

Minha mãe nunca teve tantas chances na vida, nasceu em um tempo e lugar onde não se tinham escolhas. Começou a trabalhar cedo, estudou só até o fim do ensino fundamental, mas nunca deixou de ler, e isso sempre foi seu refugio que a levou para tantos lugares.

Mamãe nunca viu o mar, mas sonhou com ele tantas vezes e me contava que quando cheguei a ver o mar chorei de emoção. Ela me mostrou o mundo das palavras, e foi quem fez que eu me apaixonasse por elas. Se hoje sou jornalista e poeta é porque aprendi com o amor dos versos nascidos em seus olhos. Ela sempre me pede um poema e guarda todas as cartinhas que fiz deste o jardim de infância.

Mamãe nunca soube, mas ela já nasceu um poema.

Feliz Dia das Mães! Te amo.

Thiago Soeiro

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