Poema de agora: RETORNO – Obdias Araújo

RETORNO

Quando voltar a Macapá
Visitarei primeiro
Meu bom amigo
Francisco das Chagas bezerra
O Professor Chaguinha
Que nunca leu O Quinze
E sempre foi amigo
Amigo do peito
De João Belchior
Marques Goulart.

Quando voltar a Macapá
Faremos eu e Vagalume
Um samba
Lembrando o Pintão
Que arribou daqui
Levando consigo meus antigos
Long-Play’s de Glenn Miller.

E por falar nisso
Vou passar no La Boeme
Na segunda de noitinha
Dar um beijo na cabeça
Negra do maninho Nena Leão
E recusar o Cuba Libra
Caprichosamente elaborado
Pelas mãos ágeis e negras
Do Rei da Noite.

Quando voltar a Macapá
Não quero receber ninguém.
Quero deitar entre as cruzes
De Nossa Senhora da Conceição
E descansar
Em paz!

Obdias Araújo

 

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