RITUAL
chegou da viagem
cheirando a patchouli
tirou do seio a flor e a navalha
botou nos lábios a canção antiga
e se entregou a um solitário ritual
revirava a saia dançando
a catarse em cada gesto
vibrava música dentro dela
lá fora a vida devora
não silencia não para
não perdoa quem chora
o cansaço dos dias
engolia a grama do quintal
perguntou aos céus
se existia a sorte
colocou estrelas nos olhos
e ensaiou mais uma vez
sua estranha dança de morte
Pat Andrade
2 Comentários para "Poema de agora: Ritual – Pat Andrade"
Obrigada Pat Andrade e Elton Tavares por compartilhar está obra
Ainda bem que a morte não se consumou.