Sol com Sétima
Amo os Beatles.
Falta John…Falta George.
Abro a capa do Lp.
A tosse sai em direção às Gaivotas.
Encontro com eles em uma rua de Londres.
Um beco em Carapicuíba…um Gueto negro em Macapá.
O silêncio entre nós foge com o meu estalar de dedos.
E escondo o olhar de meus olhos dentro de um bueiro.
Estão quase nus…azuis…restos de Blues.
Mastigam alguns Sustenidos e Bemóis.
Além do Sol o sorriso de Paul.
A seriedade com que Ringo empina pipas com as cordas das guitarras, achando que saudade é coisa de Americanos do Sul.
Escondo na areia os vocais, sobre as manhãs eu derramo Ketchup e Mel.
Nascem as rugas sobre barbas por fazer.
Devoro o tempo com enormes goles de Whisky, e Café.
Escuto o farfalhar dos anos, e o tropel das décadas.
Desfolho os cílios, enquanto os jeans desbotam.
E envelheço em meio aos Outonos que estão uns trapos.
Luiz Jorge Ferreira
*Osasco. 08.04.2021.São Paulo. BRASIL.
2 Comentários para "Poema de agora: Sol com Sétima – Luiz Jorge Ferreira"
O tempo escorrendo na memória e na arte. Lindo texto.
Tempos que vivemos com euforia juvenil.