Poema de agora: Tempo – Luiz Jorge Ferreira

TEMPO

O tempo brincou conosco, quando se foi tão veloz.

Quando se esgueirou por detrás das datas e aniversários.

Quando se fez sono, com uma falsa sensação de paz.

Quando escondeu os amigos, num faz de contas cruel.

Quando incrustou a saudade, dos acontecimentos, num tempo de leva e trás.

O tempo gosta de mudar as faces, rejuvenescer as fotos, e por névoa nos fatos

O tempo é impar, está no nosso lado, mas nos empurra e corre para longe, vai se juntar a uma tal eternidade, que nos não alcançamos, e se por acaso, chegássemos até seu lado, estaríamos sozinhos, solitários e cansados.

O único modo de ter o tempo sob nosso lado todo o tempo

É aprisiona-lo na saudade.

Luís Jorge Ferreira

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