Terça-feira Gorda
Deixo a flor do amor despetalar
E ir…Como o sol que cai
No fim de tarde alaranjado
Como o tempo que muda
Porque é outra estação…
Deixo-me ir com ele
A0 menos um pouquinho…
Só para essa tarde lembrar
Que a gente se amou.
Depois, renasço…
Afinal,
Nenhuma primavera é igual
Assim como nenhum dia,
Nem mesmo eu…
– A vida não é uma comédia romântica, afinal.
Mas é bela…
Colombina na janela contempla…
Sim, a vida é bela.
Com toda sua crueza, inconcretude,
dualidades: riso e dor
E também cada forma de ser amor…
Pessoas se afinam
Ou desafinam
Feito canção.
E isso é fato
Já não sou eu no retrato ao teu lado
É apenas meu rosto
Que, longe do cenário decomposto
Tem outros novos traços
(Um vinco a mais no lábio
É a decepção)
Apesar disso, a banda vai passar
Tem tanta gente feliz pelas ruas
Eu também posso brincar e ir lá
Esquecer que o amor se vai
Feito o fim de tarde…
Jaci Rocha
* A poeta juntou um pouquinho da lenda do Pierrot e da Colombina ao Bloco de Sujos ‘A Banda’.
1 Comentário para "Poema de agora: Terça-feira Gorda – Jaci Rocha"
Bela!