Poema de agora: UMA HOMENAGEM À OIAPOQUE – (poesia de Marven Junius Franklin, acompanhado do piano de Natália Ribeiro)

MARVEN JUNIUS FRANKLIN ACOMPANHADO DO PIANO DE NATÁLIA RIBEIRO – UMA HOMENAGEM À OIAPOQUE.

Poesia 1

quando cheguei em Oiapoque
achei que a mata era o céu
e as ruas eram nuvens em silêncio

depois veio o espanto:
o cais se confundia com o arrebol
e o rio era uma aurora boreal
que pulsava defronte

ah, logo o pôr do sol se apresentou

– e confesso:
senti uma calmaria assombrosa

quando amanheceu
observei que o teu rio era blue

ah, em tardes mornas eu assisti
o voo acrobático das andorinhas

e naquele momento adveio o equilíbrio

… hoje
sou um mero observador do cotidiano
e em minha alma pulsa
as asas estilhaçadas de um poeta urbano

sim, Oiapoque
tens o sabor de tempo passado
– dias mornos nos arredores do teu cais

(naus assombradas de Pinzón)

ah, Oiapoque carregas os passos
de mortas vigilengas
que atravessam tuas avenidas
em corcundas de solidão

(em desassossego)

*Poesia OBSERVADOR DO COTIDIANO de Marven Junius Franklin. Música: uma adaptação do 1º movimento de “Serenade” de Franz Schubert interpretada por Natália Ribeiro.

Poesia 2

Da Rampa de Embarque
até o Chez Modestine
catraias multicores a mover meus dias

(horas que morrem
sob luas imaginárias – encantado cais que me abriga).

Ó, demoiselle!
Tu conheces bem os entardeceres frios
& a neblina densa que acende meus medos.

Ó, Oiapoque!
O leito desse teu rio afável
traz a metade lírica de minha vida

(apegos, pores do sol, prantos…solidão).

Ó, Rio Oiapoque! És um blues.

*Poesia RIO OIAPOQUE [IN BLUES] de Marven Junius Franklin. Música “Romance de Amor” de Antônio Rovira Interpretada por Natália Ribeiro

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