Vela ao vento do Equador
“…And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind
Never knowing who to cling to
When the rain set in …”
Como uma vela ao vento*,
a emoção vive de sobreviver em si
entre a vontade do instante
e o dom inexorável de seguir…
Ainda ontem, abri um antigo diário
ri de um pedaço de uma das muitas jacis do passado
e feito uma boa amiga, guardei seus segredos comigo
envergonhada pelo ato obsceno de ler o que já não me pertencia
é, foi nostalgia…
Como uma vela ao vento,
vivo de tentar ser luz e tropeçar em meus assombros
Regar plantas e aparar os danos
Derreter em sonhos, ícaro ao sol do equador…
E para fingir que sei onde estou
ligo o localizador.
Assim, a razão, tola, acredita que sabe onde está
– …vela ao ar em dia de preamar… –
Mas será que alguém sabe mais do que isso?
Será que alguém tem mesmo alguma certeza?
Meteorologistas dizem que sabem da natureza
E há quem saiba explicar a rota do mundo
Mas bastam 60 segundos de um forte sopro
Para o coração desnortear
E a vela acesa da emoção mudar a direção
de sentir o vento soprar…
Jaci Rocha