ZEPELINS IMAGINÁRIOS
I
O meu sonho?
Ah! Ele segue o trilho
de coloridos zepelins imaginários
que zanzam capengas rumo ao fim do mundo
(ele é embarcadiço
em naus portuguesas
que navegam desnorteadas
em busca de aleatórias índias acidentais)
II
O meu sonho?
Ah! Ele espreita
janelas adormecidas
a tatear ilusões em covas-rasas de anfibologias
(ele é delicado
como frágeis lepidópteros
a esvoaçar em meu quintal de sombras)
III
Ah, o meu sonho?
É rio que corre aperiódico
sobre enfadonhos mares fenecidos
(engole vidas e anseios
aparta alfobres de girassóis
e cobreja em calvários e vales da morte
até soçobrar entorpecido
na plataforma de embarque
de minhas incertezas)
Marven Junius Franklin.