Zonzo
Hoje meu coração despertou a galope.
Quase derrubou-me no sofá com a outra metade dos dentes.
Assustou o gato de porcelana e suas dezesseis aranhas entre suas teias, embaraçou minhas hemácias dentro das veias, se espalhou pelo Wi-Fi rumo a Disneylândia.
Hoje a água dentro da torneira do jardim…
Desnecessariamente zombou de mim…
E se transformou em lagrimas…
Os Zangões em seus ternos de Gabardine escuro.
Abrigaram-se nas fissuras do muro achando que era festa da Independência.
Desci os degraus de pares a ímpares, com a pressa dos Reis Magos para ver Cristo…
até parar na encruzilhada entre a sala e o corredor que sai na cozinha.
Meu coração então resolveu pular um Frevo.
Destes Frevos do Moraes Moreira …
Destes que se inicia a pular em um ano, junto com as Fadas do Dente.
E se termina de repente…
Quando a realidade, nos abraça.
Luiz Jorge Ferreira
*Do livro “Defronte a boca da noite ficam os dias de Ontem”.
1 Comentário para "Poema de agora: Zonzo – Luiz Jorge Ferreira"
Sempre inovador, Luiz Jorge! Muito bom!