O BEIJO DO BOTO
quando esse rio me atravessa
a Iara canta pro boto dançar comigo
a lua nasce pra iluminar a festa
com seu brilho antigo
na madrugada, miríades de estrelas
confundem meus olhos cansados
no embalo da rede adormeço
muitos sonhos encantados
o sol não demora a levantar
onipresença por todo o rio
a memória doce da noite
se resume a um beijo frio
Pat Andrade
*Do livro “O avesso do verso, poemas de mim”, da escritora Pat Andrade.