Poesia de agora: POEMA DE AGORA – De Marven Junius Franklin para Elton Tavares

Imagem: Um homem carrega corpo do filho, próximo á fronteira com o Camboja. 19/03/1964.

POEMA DE AGORA (para Elton Tavares)

[Agora]
um poema que emane árias
deixando fluir passos aéreos
a propósito de fulgentes
paralelepípedos de assiduidades
(que nos faça refletir
sobre os tristes Lepidópteros
ancorados nas guimbas dos postes
a esperar pelo hipotético).
Poema pseudo-contemporâneo…sem forma e adereços
(que me faça lembrar
– em particular – dos poetas que se foram
impelidos pelo abana moscas
de suas palavras ásperas e ocas).
[Agora]
– apenas hoje –
um poema riso
que nos faça esquecer
as atrocidades das guerras
e os olhares de reproche
(levando embora
– em suas entrelinhas –
as aflições e disse-me-disses).
Um poema de agora
com versos tramados em girassóis
e eternidades latentes
(aquela vontade de declamá-lo
enaltecendo os afetos e os crepúsculos).
Um poema homilia…com feitio de agradecimento.

Marven Junius Franklin

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