Poetas na chuva – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Ontem, 30 de dezembro de 2019, próximo das 9 horas, eis que, ao atravessar a rua para chegar ao trabalho, deparo com esta visão: o poeta Joãozinho Gomes também atravessando a rua, ainda sob os últimos respingos da chuva intensa que caiu por toda a madrugada.

A chuva (que para mim é uma bênção e para muitos é um castigo) chegou e eu a recepciono com esta crônica, que me serve também para saudar os poetas que andam na chuva e o ano de 2020 que vai raiar daqui a algumas horas, o que faz meu otimismo pensar que será um bom ano, de chuva e de sol, e nos fará reafirmar a aliança que temos com a vida e nossa capacidade de ser feliz, mesmo com tantas coisas, que não a chuva ou o sol, a confrontar nossos ânimos.

Meu otimismo se confirma porque tenho a História ao meu lado. Ela me diz que, em tempo algum, mesmo com o quadro político e social mais adverso, NUNCA conseguiram nos derrubar.

Assim como a força da chuva faz brotar flores e alimentar poetas e emanar poemas, atravessaremos as águas turvas com a lança e o escudo da poesia, porque “faz escuro mas eu canto”, como bem disse o poeta também amazônico Thiago de Mello.

Vamos, poetas, conclamar a alegria que há no mundo, a poesia que nos ampara nos momentos sombrios e nos delicia nos momentos de festa! E, com o espírito de poesia dos homens e das mulheres deste país, vamos tirar da terra, nossa mãe, o sustento e a glória!

Feliz Ano Novo!

FAZ ESCURO MAS EU CANTO

Faz escuro mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um novo dia.

Thiago de Mello

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