Prefeitura de Macapá decreta situação de emergência no Bailique

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Por John Pacheco

O processo avançado de erosão nas encostas ribeirinhas dos canais fluviais do Arquipélago do Bailique, em Macapá, resultou na assinatura de um decreto de situação de emergência para a região nesta sexta-feira (13). A situação foi decretada durante uma reunião entre o prefeito da capital, vereadores e a Defesa Civil, que elaborou um relatório alertando sobre o fenômeno das “terras caídas”, responsável pela destruição de casas em comunidades ao longo das oito ilhas que compõem o Bailique.

O prefeito de Macapá Clécio Luís (PSOL) explicou que a validade do decreto será até a resolução de problemas graves dos desabamentos, como a realocação de ribeirinhos e a reconstrução do posto de saúde da comunidade de Vila Progresso, a maior da região, que teve parte da estrutura comprometida e corre o risco iminente de desmoronar. As fortes chuvas que atingem a região e a invasão da água do mar nos canais das ilhas são os fatores responsáveis pela elevação do das águas.

“Hoje estamos com 38 casas com perigo de cair no barranco, além das passarelas principais na frente da Vila Progresso, que já estão todas destruídas. As obras para contenção desses problemas são muito caras, demoradas, e não temos condições nesse momento. Vamos fazer o possível para cuidar da vida e da saúde dessas pessoas. Estamos planejando reconstruir o posto em um local a 800 metros da margem do canal”, disse o prefeito.bailique11

Inicialmente os recursos aplicados no arquipélago serão da própria PMM que alegou dificuldade para captação de verba federal. “Decretamos a emergência apenas para avaliação das nossas ações. Vamos procurar o Governo Federal, mas não é possível conseguir de certeza esses recursos, pois eles são avaliados a partir dos prejuízos, e nesse caso não perdemos um valor tão grande para justificar o investimento federal”, detalhou Clécio Luís.

Terras caídas

Estudos da Defesa Civil indicam que pelo menos 70 metros da orla da Vila Progresso foi ‘engolida’ pelas águas nos últimos 20 anos. Um novo levantamento indica que desde o início de março quase cinco metros avançaram na comunidade, comprometendo além das casas, o porto da Vila, que foi interditado após ter alguns dos pilares de concreto danificados.

Não há equipes permanentes para auxílio das famílias durante as fortes chuvas, e o acesso ao arquipélago é feito apenas pelo rio Amazonas ao longo de 12 horas de viagem. Para amenizar a população um plano emergencial foi definido contando com auxílio dos próprios ribeirinhos de agentes públicos de saúde e segurança.

Fonte: G1 Amapá

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