Prefeitura de Macapá e Abrasel levam capacitação aos empreendedores do distrito de São Joaquim do Pacuí

No 28º Festival do Inajá, em São Joaquim do Pacuí, que ocorreu de 19 a 22 de setembro, empreendedores participaram de uma capacitação promovida pela Prefeitura de Macapá em parceria com a Associação de Bares e Restaurantes do Amapá (Abrasel). O objetivo, além de levar conhecimentos básicos para a comercialização de seus produtos, foi despertar uma maior valorização dos profissionais que trabalham no ramo da alimentação e da agricultura.

O festival destaca uma palmeira nativa da região Norte, cujo Amapá é um dos estados com maior concentração do fruto que, de polpa suculenta e comestível, possui ainda uma amêndoa, de onde se pode extrair um óleo amarelo, fonte, inclusive, de pesquisas para a produção de biocombustível. Sua polpa pode ser utilizada na indústria alimentícia, cosmética, produção de produtos farmacêuticos e rações. E é justamente para despertar esse potencial econômico dos produtos da região que o presidente da Abrasel, yukio Nagano e os chefs de cozinha Rafael Salviano e Orazzio Catani reuniram-se com os produtores.

De acordo com Nagano, a região do Pacuí possui um imenso potencial econômico e turístico. “Existem muitas potencialidades que só precisam ser bem exploradas para criar uma nova realidade para as famílias agricultoras. Atualmente, muito se desperdiça pela falta de mercado consumidor, como, por exemplo, o tucupi e a goma, que restam da produção de farinha. Para isso, é preciso que se busquem soluções para facilitar a comercialização e o escoamento deles, não somente na logística, mas também no mercado consumidor”.

“Associar a produção das famílias rurais à sustentabilidade, para que se mude o cenário, é a proposta dos profissionais que, por meio do workshop, puderam identificar as dificuldades que os agricultores enfrentam no dia a dia. A proposta é produzir subprodutos da mandioca, trazendo assim uma marca da nossa regionalidade e um atrativo comercial e turístico”, ressaltou ele.

Uma das principais deficiências é a falta de conhecimento e valorização da própria cultura, e desconhecimento das técnicas. Um exemplo é o tucupi pixuna, denominado tucupi negro, produzido a partir de uma técnica indígena e de alto valor comercial, onde um frasco de 300 ml chega a custar 150 reais. A partir da conscientização dos produtores rurais em relação ao valor real de seus produtos e das diversas técnicas que podem ser empregadas, Nagano acredita que a região possa tornar-se um polo turístico e econômico no Amapá. “Este é o primeiro passo de muitos que ainda precisamos dar. Por meio da prefeitura, podemos levar nossa experiência e também aprender muito com eles”, afirmou.

Para Joana Oliveira, 34 anos, moradora do Pacuí, o encontro só trouxe benefícios. “Não sabíamos de muitas coisas que aprendemos aqui, uma troca muito importante para que a gente possa crescer, desenvolver nossa produção e ter mais alternativas de renda, além de evitar que tenhamos tantas perdas por não sabermos diversificar a produção e nem termos como vender”.

O secretário Richardson Regio, titular da Semdec, ressaltou a importância da gestão municipal estar cada vez mais próxima dos agricultores e produtores rurais. “Dessa forma, podemos sentir as dificuldades que eles enfrentam, buscar soluções e, com isso, valorizar a comunidade, seus produtos e fazer com que a economia traga desenvolvimento para a região. Essa será a primeira vez que o festival terá um espaço gastronômico e essa capacitação os deixou mais seguros para apresentar seus produtos com qualidade e obter um resultado satisfatório”.

Ruth Carrera
Assessora de comunicação/Semdec
Fotos: Max Renê

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