Procurado pelo STF, deputado diz que não foi ‘intimado porra nenhuma’ (Égua-moleque-tu-é-doido)

Deputado Federal Roberto Góes – Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

Por Rubens Valente

O deputado Roberto Góes (PDT-AP) vem se tornando conhecido entre oficiais de Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) pela habilidade em fugir da notificações das dez ações penais que ele acumula no Corte.

Em fevereiro deste ano, o parlamentar chegou a dizer que não fora “intimado porra nenhuma” ao responder, por telefone, à ligação de um dos oficiais do tribunal. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o fato é relatado em certidão lavrada por três servidores do STF e anexada aos autos de um dos seis inquéritos contra o deputado.

“De todos os investigados e processados perante o Supremo, o deputado é o único que adota uma postura reiterada de não se dispor a receber as comunicações processuais”, escreveram os oficiais em certidão no documento.

Góes é acusado ou suspeito de supostas irregularidades quando era prefeito de Macapá, entre 2009 e 2012. No ano passado, ele foi condenado a dois anos e oito meses de reclusão por ter retido e usado R$ 8,5 milhões descontados da folha de pagamentos no sistema de crédito consignado, sob justificativa de dificuldades financeiras do município, para pagar salários dos servidores.

Além da indisposição para atender oficiais, o parlamentar faltou 75 das 94 sessões ordinárias e extraordinárias realizadas neste ano até a última quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados. A maioria das faltas foram justificadas para tratamentos de saúde.

A defesa de Góes deve ser procurado pelo STF para intimações em Macapá, pois se está “afastado em licença para tratamento de saúde”.

“Não adianta os oficiais de Justiça irem ao seu gabinete em Brasília, porque ele está em licença com atestado de saúde. Pelo fato de estar afastado, ele não tem ido ao Congresso”, informou o advogado Luís Henrique Machado.

Machado afirma, ainda, que o deputado “já se retratou nos autos por um eventual mal entendido”, em relação ao uso da expressão “porra nenhuma”.

Fonte: Folha de São Paulo

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