Programa de Mediação Escolar do TJAP fecha 2016 com a capacitação de 1.398 conciliadores/mediadores

O programa Mediação Escolar, realizado pela Justiça do Estado do Amapá, chega ao final de 2016 com a certeza de bem cumprida a meta, mas consciente de que ainda há muito a realizar.

Criada em agosto de 2015, a iniciativa vem promovendo a disseminação de uma cultura de paz por meio de uma ampla estratégia de capacitação e multiplicação de mediadores em uma das estruturas mais fundamentais de qualquer sociedade: a escola.

Com atividades divididas em quatro frentes (workshops de sensibilização; capacitação/formação de mediadores de conflitos; instalação de núcleo de mediação na unidade escolar com atendimento supervisionado; e encontros de avaliação com equipes formadas), o programa tem sido muito bem recebido nas instituições de ensino, chegando a ser requisitado muito além do inicialmente esperado.

Desde sua criação, o programa de Mediação Escolar realizou 10 workshops de sensibilização, atingindo diretamente 631 profissionais. A partir daí, 17 instituições foram palco de cursos de mediação, que resultaram na formação/capacitação de 1398 mediadores, e nove Núcleos de Mediação foram instalados em escolas e um na Defensoria Pública do Estado do Amapá.

Entre os Núcleos de Mediação Escolar destacam-se o instalado na Escola São José, no Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) – que contou com a capacitação de 40 pessoas, entre professores, educadores, agentes prisionais e reeducandos –, e o da Defensoria Pública do Estado do Amapá (DEFENAP) – que já iniciou suas operações com a capacidade de homologar diretamente os acordos ali assinados.

Segundo a presidente do TJAP, desembargadora Sueli Pini, a atuação do programa de Mediação Escolar serve à sociedade amapaense como um importante instrumento de pacificação social, uma vez que beneficia diretamente estudantes e seus familiares, além dos educadores que ali atuam.

“Precisamos de uma mudança cultural, com ênfase na promoção da paz e do diálogo entre as partes em conflito, e isso leva tempo. Estratégias com este objetivo precisam ser pensadas em longo prazo e executadas com persistência e determinação, algo que o NUPEMEC tem feito com excelência. Mas é preciso entender que alguns efeitos desta iniciativa podem até ser imediatos, mas é na convicção de um futuro melhor para as novas gerações que reside a verdadeira recompensa”, explica.

Ainda segundo a presidente do TJAP, por proporcionar a pacificação no âmbito da escola, o conflito e todo o desgaste decorrente dele – emocional e até financeiro – tende a cessar mais rápido, evitando, inclusive, uma eventual judicialização. “Desta forma, são beneficiados, além dos mais diretamente envolvidos, todos os outros usuários da Justiça, que tem sua pauta menos inflada por disputas que podem ser solucionadas com um diálogo mediado por um profissional capacitado”, complementou.

Para o consultor do NUPEMEC e coordenador do programa Mediação Escolar, Mário Mendonça, os resultados são positivos, com efetiva transformação do ambiente escolar quando se aplica técnicas experimentadas e comprovadas de mediação de conflito.

“Fica claro o impacto na pacificação social da comunidade escolar, com resgate de cidadania para jovens e crianças, além de suas famílias, o que certamente gera bons frutos, tornando-os cidadãos mais civilizados, pais mais dedicados e profissionais responsáveis, respeitosos e diligentes”, explicou.

Mário considera esta iniciativa um trabalho de formação complementar do caráter e de desenvolvimento do ser humano – tanto na vida pessoal quanto na profissional, e mesmo no exercício da cidadania. “O programa, e cada pessoa por ele tocado, pode ajudar a Justiça ao minimizar a judicialização de conflitos com a aplicação de recursos em disputas desnecessárias”, complementou.

Perguntado sobre casos de destaque que possam ilustrar melhor tais impactos, Mário recorda que durante um dos cursos de capacitação do programa, precisou interromper a programação para mediar uma ocorrência de violência entre estudantes, que de tão acirrada até decidiu por levar as respectivas famílias às portas da escola para ampliar a mediação.

“O resultado é que conseguimos, com a mediação e com o uso das técnicas em que capacitamos nossos mediadores, que os estudantes e seus familiares se desculpassem e se perdoassem mutuamente. Além disso, conseguimos com que se envolvessem mais com a rotina da escola e se comprometessem com a pacificação daquele ambiente por meio do projeto ‘Anjos do Bem’, que capacita estudantes e pais em técnicas de mediação e estende a eles uma série de responsabilidades dentro do ambiente escolar”, relatou o coordenador do programa de Mediação Escolar. “Esta é apenas uma historia de sucesso, entre muitas”, garantiu.

Para 2017, já há 22 escolas na fila – cinco estaduais e 15 municipais, além da Escola Judicial do Amapá e dos Centros Supletivos Prof. Paulo Melo – aguardando a execução das ações do programa Mediação Escolar em suas dependências.

Texto e fotos: Comarca de Serra do Navio
Assessoria de Comunicação do Tjap

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