Randolfe Rodrigues pede impeachment de Michel Temer e cassação de Aécio Neves

Diante de toda a crise política ninguém ficou alheio aos acontecimentos e o noticiário foi claro ao mostrar o silêncio da grande parte dos políticos brasileiros. Estavam calados, vendo atrás da porta, pelo rabo do olho, o desenrolar dos fatos. Ainda na quarta-feira (17), por volta das sete da noite, quando a notícia contra Michel Temer vazou, houve um esvaziamento imediato no plenário do Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, nem tanto. Lá houve até grito de guerra: “Diretas Já”. Esse barulho se reproduziu nos arredores da Praça dos Três Poderes onde eleitores ocuparam a frente do Palácio do Planalto.

Enquanto isso, um gabinete do Congresso Nacional passava a noite em claro, o do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP). A assessoria jurídica se debruçou sobre as provas contidas na denúncia e na Constituição Federal para elaborar o pedido de impeachment de presidente e a cassação do senador Aécio Neves.

Às dez da manhã dessa quinta, Randolfe foi à Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados protocolar o pedido de afastamento de Temer por Crime de Responsabilidade (Impeachment);

Na argumentação jurídica está escrito “Face o quadro exposto, torna-se cristalino o abuso de prerrogativas por parte do DENUNCIADO, na medida em que o Sr. Presidente se valeu do seu cargo público, sua envergadura institucional e sua influência e trânsito sobre as estruturas de Estado para favorecer-se, obstar a sua própria responsabilização criminal e a de terceiros aliados. A torpeza da conduta salta aos olhos e merece condenação mesmo diante do mais frouxo parâmetro de probidade que se tenha em conta”.

Depois de protocolado, caberá ao presidente da Câmara, dep. Rodrigo Maia, aceitar o pedido e encaminhar o processo de impeachment.

Algumas horas depois, Randolfe junto com o deputado Alessandro Molon (REDE-RJ), e outros parlamentares do PSOL, foram ao Conselho de Ética do Senado Federal protocolizar uma representação pedindo a cassação do senador Aécio Neves (PDDB-MG) por corrupção passiva e provável prática de lavagem de dinheiro.

O recebimento e o ocultamento de numerário em espécie, em mala de dinheiro, em quantia não declarada e decorrente de favorecimento, benefício indevido a um Senador da República, demonstra que o ímpeto criminoso do representado, que teria praticado o crime de lavagem de dinheiro se valendo de empresa de colega senador para o pagamento de serviços advocatícios, o que sequer foi demonstrado. Ou seja, o representado recebeu vantagem indevida para o favorecimento pessoal buscando ludibriar até mesmo o corruptor” argumento o documento entregue ao Conselho de Ética”.

Ao final da tarde, um boato de que Temer renunciaria fez o clima ficar atiçado na Casa. No entanto, em cadeia nacional, o presidente apenas se defendeu e disse que não renunciaria.

Era nosso dever pedir ir o impeachment. O processo é traumático e demorado, mas é necessário porque o governo de Michel Temer acabou no ato dessa denúncia, ou seja, na quarta-feira. Não existe condição alguma de continuar. Sobre o senador Aécio, também entendemos que não existe condição alguma para que ele continue exercendo o cargo. O Conselho tem que ser instalado imediatamente, não há como o presidente do Senado não despachar para os líderes indicarem os membros do Conselho e tudo começar a ser apurado já”, disse Randolfe em entrevista coletiva aos jornalistas.

Assessoria de comunicação do senador Randolfe Rodrigues

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