Recital Abraços: uma incrível noite de poesia em movimento. Obrigado, Poetas Azuis!

A noite de sábado foi especial. Ontem (1) fui ao Teatro Marco Zero assistir ao Recital Abraços, dos Poetas Azuis. Logo na entrada ganhamos abraços receptivos de Pedro e Thiago, sempre com aquela energia boa que lhes é peculiar. Já escrevi alguns textos sobre as apresentações do grupo poético e seus saraus musicados, mas eles sempre me surpreendem positivamente. Vamos por partes:

Em um palco decorado com garrafas e potes vermelhos, além de girassóis invertidos, alusivo a um mar de fogueiras, os Azuis aqueceram nossos corações (até os partidos…risos). Como diz a gíria: “ficamos ‘beges’ (mais risos) com o show, como o grande tapete sob os pés descalços dos artistas.

Thiago Soeiro, Pedro Stkls e Deize Pinheiro cantaram, declamaram e nos despertaram sensações boas. Boas não, excelentes! Realmente o amor floresce quando eles se apresentam. Seja numa costura drummonizada, num poema declamado na língua dos sinais ou de verão. Até ao cantar/declamar Cacos de amor. O negócio é porreta. Ah, quem dera que toda “Sofrência” fosse bonita assim.

O recital foi planejado talentosamente nos mínimos detalhes para tirar o melhor de nós. Sim, do público, que fica ali, extasiado e feliz. A forma que eles se apresentam é, sobretudo, emocionante. A banda que os acompanha, liderada com maestria por Igor de Oliveira, é essencial para a performance. Não sei nada sobre poetizar, mas sinto a poesia, mais ainda a dos Poetas Azuis.

As declamações entoadas de Soeiro, as sacadas irônicas-do-bem e coreografias do Pedro, a poderosa voz de Deize, a músicas aliada aos poemas escritos com o coração fizeram do recital um amoroso abraço coletivo em todos nós – sortudos que vimos a apresentação.

E as crianças à beira do palco e depois em cima dele, junto com os poetas? Oh cena linda. Momento lindão de ver, ouvir e sentir. Fez o sangue correr mais forte nas veias, vermelho como a cor predominante no local da apresentação. Muito paid’égua!

A pesar de ser fã do Charles Bukowski, discordo do saudoso escritor, que disse: “O amor é um cão dos diabos”. Tá, às vezes pode até ser, pois é certo que o corpo é o lar da saudade, mas na maioria do tempo ele é “azulzin“, como canta o Djavan, assim como esses sensacionais poetas, que tanto nos alegram com seu amor, batizado por eles mesmos como poesia em movimento.

Ao final, os queridos artistas agradeceram pelos quase cinco anos do grupo. Mas somos nós, fãs e seguidores que agradecemos a arte dessas fantásticas pessoas. Muito obrigado, Poetas Azuis, aproveito o nome do espetáculo e agradeço com um forte abraço, amigos!

Texto e fotos: Elton Tavares

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