Rock autoral amapaense: conheça e curta o som da banda VM Rock

A VM Rock, título que faz referência de forma lúdica ao nome de Augusto Máximo, fundador da banda, nasceu em 2014, sempre com letras profundas, que trazem reflexões sobre a vida.

O grupo que trabalha com o rock nacional já tem em sua discografia o EP “Extended Plays” (2017), e o sucesso de “Amanhã”, lançado ainda neste ano.

Nós da Arte Brasileira convidamos os integrantes da banda para uma entrevista especial.

Confira logo após o vídeo abaixo:

Pessoal, primeiramente, muito obrigado por aceitarem essa entrevista. A primeira pergunta, vocês trazem mensagens de valorização à vida, não é? Como chegaram nessa temática?

Augusto (vocal): Muitíssimo obrigado pela oportunidade, nós ficamos realmente empolgados para falarmos um pouquinho sobre nós aqui! Este tipo de espaço é que fortalece a cena independente, e tem colaborado para o crescimento de novos artistas nacionais.

Falar de valor a vida não foi nada pretensioso no começo, talvez tenha sido uma fase de composição otimista, quando eu escrevia músicas como mensagens de auto superação. Mensagem estas que expressavam cenas da vida cotidiana, valores e sonhos. Só quando estávamos no meio do processo de gravação do primeiro trabalho, o EP “Bendita Água”, que repensamos nas propostas conceituais e, junto, a ideia brilhante de usarmos estas músicas para abrir um projeto de conscientização em escolas e outros espaços públicos. Um projeto chamado “Viva Mais”, a ideia de não apenas ser uma banda para tocar músicas de entretenimento invadiram nossas cabeças e, por um bom tempo, foi nossa principal motivação de tocarmos estas músicas.

Do que mais falam as letras de suas canções?

Augusto: Histórias e diálogos internos. As inspirações para a maioria das letras têm sido minhas experiências pessoais ou aquilo que eu gostaria de dizer para mim mesmo, isso não é uma regra, mas a banda tem confiado plenamente em meu trabalho quando se trata de criar letras. Estas composições retratam fases da minha vida, momentos que, com certeza, muitos se identificam, pois também já passaram. Exemplo: “Eu sei”, é um subjetivo diálogo sobre perdão – nela usei a figura do meu pai – foi criada na época em que eu o reencontrei após 20 anos. Outro exemplo é a “Janela e Porta”, relata minha fase no Ensino Médio, enquanto entre amigos e irresponsabilidades estava lutando contra uma crise respiratória, ao mesmo tempo que procurava um meio para firmar minha própria identidade.

Sergiomar (produtor e guitarrista): Felizmente não paramos por aí, novas canções foram surgindo que dialogavam sobre a luta contra a crise de ansiedade, depressão e drogas. Atualmente estamos abordando novas temáticas e o público pode esperar muitas novidades vindas por aí. Começando pelo Single “Amanhã”, com certeza sentirão o amadurecimento nas letras e arranjos. Sentirão o descentralizar do eu lírico para outras temáticas universais, valores humanos, reflexão sobre os desafios da vida; o que queremos realmente fazer, compor para expressar através da música o que as pessoas querem dizer e guardam para si; ou aquilo que deveria ser dito e ninguém o diz – “Desafiador demais!”.

Vamos polemizar. Vocês começaram a lançar trabalhos autorais em 2017. O que vocês acreditam que nesses quase dois anos, tem mudado na música de vocês, na música brasileira, e até mesmo no nosso país como um todo?

Sergiomar: Amadurecemos a nível instrumental e letra. Resolvemos deixar nossos arranjos mais enxutos, pois, por meio do EP, conseguimos definir bem para onde devíamos caminhar. O primeiro trabalho funcionou de forma experimental e durou o tempo necessário para formarmos um conceito e uma equipe mais sólidos.

Jaime (guitarrista): Nesta nova fase, nos desafiamos a ir além, escolhemos a música “Amanhã” para abrir as portas daquilo que ainda está por vir.

Ao contrário do EP, que foi gravado de forma caseira, estamos agora em um estúdio profissional (HM Studio), queremos explorar toda a potencialidade do som que estamos produzindo.

Wellison (baixista): O atual cenário da música brasileira ainda é instável para bandas independentes como nós e ainda lutamos com fato de estarmos bem isolados das “centrais brasileiras” onde as oportunidades são mais visíveis. Porém deixamos de ter isso como o maior obstáculo de nossa carreira, já que estamos na fase de maior democratização da música brasileira através das redes sociais e os demais meios tecnológicos. Somos bem otimistas e acreditamos que a banda é o público que tem. Estamos construindo um público super parceiro, eles têm contribuído demais fazendo com que nossa música viaje o Brasil todo antes de nós. Estamos convictos de que o dia de chegarmos nesses lugares está perto.

A primeira música que vocês lançaram chegou até mesmo em algumas rádios do sudeste, não é? Como foi a recepção do público para uma banda nova que estava surgindo no pedaço?

Augusto: Uma surpresa para nós! Quando dizemos “Oi! Somos uma banda aqui do Amapá!… No extremo norte do Brasil” é um espanto, pois é incrível o que a internet nos proporciona esse “atalho dimensional” a lugares tão longínquos. E quando vemos a reciprocidade ficamos orgulhosos de nós mesmos, de estarmos na direção certa.

Wellison: Até hoje, quando recebemos mensagens de nosso público em outras regiões do Brasil, não só do sudeste, ficamos bem surpresos. Talvez não mensurássemos o alcance que nossas músicas podem ter.

Sergiomar: A banda estreou com a música “1 Co 13”, tendo mais de mil visualizações no primeiro mês de seu vídeo de lançamento no Youtube e chegando a tocar em rádios no sudeste do país, como por exemplo a rádio Graviola (Rio de Janeiro), no programa para bandas de rock “Mundo Independente”.

E desde aí temos recebido mensagens do nordeste, do sul e de outros lugares que nem imaginávamos ter tanta visibilidade.

E hoje, como vocês estão sendo reconhecidos?

Augusto: Poderia soar pretensioso ao definir como estamos sendo reconhecidos, mas posso dizer como esperamos estar sendo. Como já havíamos dito, somos do Amapá e, sejamos francos, ainda há muita dificuldade de viajar para outros estados já que as passagens aéreas são de alto custo e outros meios também são custosos (sem contar os obstáculos da música independente no Brasil), por isso, prefiro achar, que a luta pelos nossos ideais e conquistas estejam inspirando a outras bandas e artistas de nossa região a não desistir.

Felippe Kaleb (baterista): Vemos a gente como uma banda que não quer apenas tocar para entreter, mas esperamos que nossas músicas levem uma mensagem de reflexão e ajude as pessoas a se encontrarem como seres humanos. Queremos levar um pouco da nossa terra para o restante do país e, quem sabe, do mundo!

Sergiomar: Estamos aqui para provar que é possível fazer da música nossa diversão e profissão, que mesmo vindo de um estado tão subestimado, mesmo com tanta ausência de cena para o rock, é possível acreditar que a música não é apenas um sonho, é uma realidade. Mas já ficamos satisfeitos quando alguém diz “Saca essa banda lá do Amapá! É muito boa!”, estar levando o nome de nosso estado ou região já é um orgulho para nós.

Qual trabalho que vocês consideram o mais importante (ou mais influente) da discografia da banda?

Jaime: Com certeza é a música “Amanhã”, pois ela é a primeira obra publicada que reflete o amadurecimento em que obtemos depois destes 2 anos. Por isso, resolvemos investir em uma produção de maior qualidade. Gravada em estúdio profissional, contamos com a produção musical do ilustre Hian Moreira, que foi fundamental para que nosso som falasse a altura do que compomos. Lançamos esta música pelo Youtube no dia 28 de janeiro, em formato single. E já conta com a nova formação: Augusto Máximo (vocal); Felippe Kaleb (batera); Jaime Lopes (guitarra); Sergiomar Jr. (guitarra); e Wellison Monteiro (baixo).

Quais são os planos para o futuro da VM Rock?

Augusto: Pretendemos lançar um clipe do single “Amanhã” ainda neste primeiro semestre pela empresa audiovisual Youwide Records. Em seguida, focaremos em entregar para nosso público mais músicas em formato single até o final deste ano; depois compactá-las em um álbum com outras faixas inéditas.

Sergiomar: Estamos, também, mirando festivais nacionais e internacionais, como por exemplo, EDP Live Bands Brasil ‘19, seletiva para bandas novas que desejam tocar em Portugal. Mais novidades seriam as vendas de camisas e outros acessórios com a marca da banda. Com isso, pretendemos criar coleções com as frases marcantes das nossas letras e motivacionais.

Vocês têm alguma (ou algumas) histórias ou curiosidades para nos contar referente ao trabalho de vocês?

Augusto: No início deste ano inauguramos a entrada de dois novos membros: Felippe Kaleb e Jaime Lopes. Eles são daqueles tipos de músicos que toda banda brigaria para ter, tal como são excelentes parceiros no trabalho como músicos profissionais virtuosos. Felippe (baterista) é irmão do nosso guitarrista e produtor, Sergiomar Jr, e os três têm uma banda de thrash metal, o Profetika, que já estão na cena underground há 10 anos; e, antes mesmo de terem este projeto, já tínhamos tentado formar uma banda com os mesmos integrantes que fazem parte da VM Rock hoje, isso mesmo! Há 10 anos atrás era para ter surgido, mas não aconteceu porque tive que fazer uma viagem não planejada e morar por um tempo distante dessa galera.

Depois de tocarmos em outros projetos, finalmente voltamos a nos encontrar e, pela primeira vez, esses amigos, com mais ou menos 20 anos de amizade, se reúnem para fazer a música que sempre sonhamos.

Fiquem à vontade para falarem algo que eu não perguntei e que vocês gostariam de ter dito.

Sergiomar: Provavelmente a galera tenha se perguntado o significado do nome da banda. É curioso, pois sempre tem alguém que nos faz esta pergunta. Trata-se de uma proposta rejeitada de título escolhido para um álbum, o primeiro EP deveria ser chamado de “Volume Máximo”, fazendo um trocadilho com o nome do vocalista e idealizador do projeto, Augusto Máximo. Apenas em 2018 que ao nome foi acrescentado “rock”, no intuito de diferenciá-la de demais artistas ou grupos artísticos com o mesmo nome.

Fonte: Revista Arte Brasileira

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Meu comentário: quem me conhece sabe: sou um amante do Rock and Roll e um entusiasta do Rock Amapaense. Há alguns dias, o amigo (músico integrante da banda Dezoito21) Geison Castro, me marcou em uma publicação sobre a VM Rock. Por conta da correria do trampo, deixei pra depois e somente ontem fui sacar e escutar o som dos caras. Gostei bastante. Parabenizo os moleques (no bom sentido da palavra, pois chamo de moleques todos os que são mais novos que o gordão aqui). Podem contar com o apoio do site Blog De Rocha, Sucesso! (Elton Tavares).

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