Santo brazuca

Crônica de Ronaldo Rodrigues

José de Anchieta era português, das Ilhas Canárias, mas fez história aqui na Terra Brasilis, quando veio na missão jesuítica “domar” os índios, infundir o temor ao Deus branco, vingativo, tornar o caminho mais fácil para a dominação dos primeiros habitantes e verdadeiros donos deste pedaço de chão.

Anchieta teve atuação destacada no início da colonização do Brasil, o que fez o padre ser considerado brasileiro. Vale ressaltar aqui que, por colonização, entenda-se invasão, expropriação, escravização, pilhagem, estupro, tortura e assassinato.

Canonizar José de Anchieta é uma missão que começou há cerca de 400 anos e agora, finalmente, chega ao seu final feliz. O papa Francisco, também jesuíta, acaba de santificar Anchieta, para júbilo daqueles que ansiavam por mais um santo brasileiro, ainda que nascido em outra região do planeta. Anchieta é o terceiro santo brasileiro. Os outros dois são Madre Paulina, que também não era brasileira de nascimento, e Frei Galvão, este, sim, brasileiro que nem nós.

O novo santo brasileiro me fez pensar numa daquelas respostas estapafúrdias que temos nas salas de aula Brasil afora. O professor pergunta:

– Quantos santos brasileiros existem?
O aluno mais brilhante responde:
– Quatro, fessor! Madre Paulina, Frei Galvão, José de Anchieta e Santos-Dumont.

Tudo bem, terminou sem graça, mas consegui quebrar um jejum de duas semanas sem apresentar texto novo para este blog. Valeu, Elton?

Meu comentário: sempre vale, RR. Valeuzão!

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